O suicídio é um tema que me desperta interesse antes mesmo da graduação, por ser um assunto presente em minha vida pessoal. Durante a graduação em psicologia, em meados de 2005, pude observar que mesmo no meio acadêmico, o tema era tratado como tabu e pouco abordado nas disciplinas.

Já como profissional, durante um aprimoramento em psicologia hospitalar em 2012, tive o primeiro contato com o tabu da morte e do suicídio. Na rotina de atendimento a pacientes e familiares da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), testemunhei o impacto que causava a tentativa de suicídio de pacientes recém internados nos profissionais envolvidos no atendimento que, por vezes, reproduziam discursos envoltos em mitos sobre a questão, invalidando o sofrimento vivido pelo paciente em crise.

Foi a partir de 2017, por meio da coordenação de um Grupo de Apoio aos Sobreviventes Enlutados por Suicídio, que observei não só o desconhecimento da população sobre a existência de serviços de posvenção, mas também a dificuldade em localizar as instituições e organizações que oferecem tais serviços.

Já com a semente plantada, a ideia de criar um espaço que concentrasse informações de apoio e suporte aos sobreviventes tomou forma durante a realização do mestrado em Ciências da Saúde, entre os anos de 2017 e 2019, durante a pesquisa sobre o impacto do suicídio em sobreviventes que testemunham o ato em vias públicas. Foi a primeira pesquisa nacional a investigar a vivência de sobreviventes testemunhas do suicídio.

Toda essa experiência pessoal e profissional foi um marco que determinou minha trajetória profissional e, desde então, dedico minha atuação clínica e acadêmica ao tema da prevenção e posvenção ao suicídio.

Surgiu assim essa iniciativa, um espaço para pessoas impactadas pelo suicídio terem acesso aos principais serviços de apoio e cuidado disponíveis no país e se conectarem entre si.

Se você conhece ou desenvolve alguma atividade de posvenção em sua região, entre em contato conosco!